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A treta entre Wizards e Larian: como tudo foi por água abaixo

A recente polêmica envolvendo a Wizards of the Coast e a Larian Studios escancarou os reais motivos por trás do fim da parceria entre as empresas e o cancelamento de Baldur’s Gate 4. Tudo começou com um mod inocente e terminou com um exemplo clássico de como decisões corporativas podem colocar em risco o legado de uma franquia amada por milhões.

O mod Baldur’s Village e a reação da Wizards

Um mod chamado Baldur’s Village foi lançado para Stardew Valley, integrando personagens icônicos de Baldur’s Gate 3 — como Astarion e Shadowheart — ao simulador de fazenda. A ideia fez sucesso entre os fãs e chegou até Swen Vincke, CEO da Larian Studios, que comentou positivamente sobre o projeto nas redes sociais.

Mas a alegria durou pouco. A Wizards of the Coast emitiu um DMCA (ordem de remoção por direitos autorais) contra o mod, exigindo sua exclusão do Nexus Mods. Isso gerou indignação generalizada, principalmente porque a Larian é conhecida por seu apoio ativo à comunidade de mods — inclusive fornecendo ferramentas oficiais no PC para facilitar a criação de conteúdo por fãs.

Após a repercussão negativa e o pronunciamento de Swen lamentando o ocorrido, a Wizards voltou atrás, alegando que a remoção foi “um erro”. Porém, para muitos, o dano já estava feito.

Personagens da Larian, direitos da Wizards

Apesar de Astarion, Shadowheart, Lae’zel e companhia terem sido criados pela Larian, os direitos autorais pertencem à Wizards, uma consequência do licenciamento envolvendo a marca Baldur’s Gate. Essa divisão entre criação e propriedade gerou frustrações profundas, especialmente quando a empresa detentora dos direitos toma decisões que vão contra o espírito da comunidade gamer.

O fim de uma era: Baldur’s Gate 4 cancelado

O desentendimento recente não é isolado. Já havia um histórico de atritos entre as duas empresas. Após o sucesso estrondoso de Baldur’s Gate 3, a expectativa era alta para uma continuação. A própria Larian começou a trabalhar em Baldur’s Gate 4 e em um DLC, mas ambos os projetos foram cancelados. A decisão de se afastar da Wizards parece ter sido estratégica — e, diante dos eventos recentes, acertada.

O cenário atual: desconfiança e frustração

A Wizards, juntamente com sua controladora Hasbro, vem acumulando críticas da comunidade. Desde a retirada do suporte ao português do Brasil em Magic e D&D, até decisões comerciais duvidosas, como a maquiagem de dados de vendas da nova edição de D&D, a reputação da empresa vem sofrendo um desgaste constante.

Para muitos fãs de RPGs e TCGs, a Wizards se transformou numa corporação que prioriza o lucro em detrimento da base fiel de jogadores.

E agora, qual o futuro da franquia Baldur’s Gate?

O futuro da série está incerto. A Wizards já afirmou que planeja continuar com a franquia e que novidades serão anunciadas em breve, mas a confiança da comunidade está abalada. Existe o temor de que o próximo título seja entregue a um estúdio genérico, focado apenas em capitalizar em cima do sucesso construído pela Larian.

Enquanto isso, os fãs voltam os olhos para o próximo grande projeto da Larian Studios, que muito provavelmente será Divinity: Original Sin 3. E aí sim, há motivos reais para empolgação.


Mod banido, franquia em risco

A controvérsia do Baldur’s Village não é apenas uma história sobre um mod derrubado. É um sintoma de algo muito maior: o distanciamento entre criadores e corporações. A Larian, ao se afastar da Wizards, demonstrou compromisso com a integridade criativa e com a comunidade. Já a Wizards segue em sua trajetória de decisões controversas.

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