Review de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é uma daquelas experiências que você entra sem saber se vai rir, reclamar ou se surpreender com a pancadaria. Desenvolvido pela Team Ninja (a mesma de Nioh), o jogo se afasta da tradição clássica da franquia Final Fantasy, mergulhando em uma mistura de ação intensa, narrativa excêntrica e caos estilizado.
Mas a pergunta que fica é: esse caos funciona?
Um Final Fantasy diferente de tudo que você já viu
Logo de cara, Stranger of Paradise quebra expectativas. Esqueça o tom épico e melodramático que muitos esperam da série. Aqui, temos Jack Garland — um protagonista obcecado por destruir o Caos (sim, com C maiúsculo e repetido o jogo inteiro) — ao lado de um grupo de guerreiros que parecem saídos de um boy band isekai.
A narrativa tenta fazer conexões com o Final Fantasy original de NES, funcionando como uma espécie de reimaginação sombria e alternativa. Mas o enredo é atropelado, com cortes secos, diálogos confusos e momentos que beiram o meme involuntário. É estranho? Sim. Funciona? Depende do seu nível de tolerância ao absurdo.
Sistema de combate: o verdadeiro protagonista
Se o roteiro derrapa, o combate brilha. E muito. Herdando o DNA de Nioh, o gameplay é rápido, brutal e técnico. A variedade de classes (jobs) é um dos maiores trunfos, permitindo ao jogador alternar entre estilos como espadachim, mago negro, monge, dragoon, e muitos outros — todos com árvores de habilidade próprias e combos únicos.
O sistema de “break” para finalizar inimigos com animações brutais é viciante, e a troca fluida de classes durante a batalha traz um dinamismo raro em jogos do gênero. A dificuldade, mesmo fora do modo mais punitivo, exige atenção, reflexo e domínio das mecânicas.
Visual e trilha: altos e baixos
A trilha sonora, por outro lado, entrega. Com rearranjos de músicas clássicas da franquia e composições originais que acompanham bem o ritmo frenético do combate, o som é um dos elementos que mais remetem à essência de Final Fantasy.
Vale a pena jogar Stranger of Paradise?
Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é, ao mesmo tempo, um desastre narrativo e um dos sistemas de combate mais divertidos já colocados sob o nome Final Fantasy. Não é um jogo para todos — principalmente para os fãs mais puristas da série. Mas se você curte um bom jogo de ação, com combate profundo e uma pegada quase trash estilizado, vale a pena dar uma chance.
A Team Ninja pode até não ter criado o Final Fantasy mais coeso, mas definitivamente criou um dos mais brutais.
Prós
- Sistema de combate viciante e profundo
- Grande variedade de classes e estilos de jogo
- Bosses desafiadores e bem construídos
- Trilha sonora nostálgica e empolgante
Contras
- Roteiro confuso e diálogo digno de meme
- Gráficos inconsistentes
- Personagens com pouco carisma
- Ritmo narrativo mal executado
