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Square Enix tenta se reinventar com novo plano de 3 anos

A Square Enix, conhecida por clássicos como Final Fantasy e Dragon Quest, está passando por uma crise de identidade. Nos últimos anos, a empresa tentou conquistar um novo público global — mas, nesse processo, perdeu a conexão com os fãs mais antigos, nostálgicos e fiéis. Agora, enfrenta a necessidade de um reboot completo.

Uma tentativa de “despertar” a companhia

A nova estratégia, apresentada como um plano de médio prazo com duração de três anos, busca crescimento sustentável e passa por três pilares principais:

  • Corte agressivo de custos de desenvolvimento
  • Fim gradual da exclusividade de plataformas
  • Expansão internacional das vendas

Segundo a própria empresa, os custos de desenvolvimento foram reduzidos em quase 50% desde o ano fiscal de 2022 — uma medida drástica, mas vista como necessária diante dos recentes fracassos comerciais.

Exclusividade em declínio: o futuro é multiplataforma

Uma das mudanças mais significativas é o abandono (ainda que parcial) da política de exclusividade. A lógica é simples: quanto mais plataformas, mais vendas. Exemplos recentes dessa nova abordagem incluem o Final Fantasy VII Remake Integrate, que será lançado no Nintendo Switch, e a coletânea de Final Fantasy, já disponível no console da Nintendo. Além disso, Bravely Default chegará ao Switch 2 em junho de 2025.

A empresa afirma que a nova estratégia já mostra resultados: as vendas digitais e em PC aumentaram entre 15% e 20% no último ano fiscal, representando cerca de 18 bilhões de ienes. No entanto, um único ano de crescimento não garante estabilidade. O desafio será manter esse ritmo nos anos seguintes.

O fracasso de Forspoken e a bolha de custos

Um dos maiores exemplos de má gestão recente é Forspoken. Com um orçamento que teria ultrapassado os 250 milhões de dólares, o jogo não decolou e foi rapidamente esquecido. A tentativa de criar uma nova franquia global falhou, assim como a aposta no estúdio Luminous.

O caso de Forspoken evidencia um problema mais amplo da indústria: orçamentos inflacionados sem garantia de retorno. O exemplo de Concord, que custou mais de 500 milhões ao somar aquisição de estúdio e desenvolvimento, reforça esse alerta. Em um cenário assim, otimizar gastos deixou de ser uma opção — virou sobrevivência.

A crise de identidade japonesa

Outro ponto sensível é a perda de identidade cultural. Na tentativa de agradar o público ocidental, estúdios japoneses — incluindo a Square Enix — têm adotado cada vez mais o estilo de grandes produtoras ocidentais, como EA ou BioWare. Mas isso pode afastar justamente quem buscava nesses jogos algo diferente.

Essa homogeneização de conteúdo, impulsionada por metas corporativas como ESG e DEI, levanta debates acalorados entre jogadores. Embora importantes em termos sociais, essas diretrizes, se aplicadas sem equilíbrio, podem alienar parte do público fiel da empresa.

E agora?

Apesar da redução de custos e dos primeiros sinais positivos nas vendas digitais, a Square Enix ainda caminha sobre gelo fino. Anunciar um plano de “reinicialização” em três anos é uma medida drástica — e preocupante. A empresa parece consciente de que precisa mudar, mas o rumo que tomará ainda é incerto.

Se o objetivo for reconquistar os fãs clássicos e manter relevância global, talvez o verdadeiro desafio seja reencontrar sua essência sem abrir mão da inovação. Só o tempo dirá se este reboot será uma nova era… ou um último suspiro.

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