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É inacreditável. Após o colapso de Concord — um dos maiores desastres recentes da Sony — a empresa teve a audácia de anunciar mais um jogo live-service, desenvolvido por um novo estúdio interno. A decisão, para muitos, não é só questionável: é desconectada da realidade do mercado e da resposta do público.

A insistência no formato que não funciona

Nos últimos anos, a Sony tentou desesperadamente emplacar jogos como serviço (GaaS), mas os resultados falam por si:

  • Foamstars teve uma vida curta e foi abandonado em menos de um ano;
  • Concord foi desligado semanas após o lançamento, com o estúdio responsável sendo encerrado;
  • O aguardado Factions da Naughty Dog foi cancelado;
  • Projetos promissores como o live-service de God of War e um Twisted Metal online foram engavetados;
  • Até mesmo a Bungie está sob pressão após resultados abaixo do esperado com Marathon.

A exceção no meio disso tudo é Helldivers 2, que se tornou um sucesso — mas justamente por fugir do modelo tradicional dos GaaS. Ele não tenta “prender o jogador” com monetização agressiva ou promessas vazias. Em vez disso, entrega gameplay coeso e divertido desde o início.

O público já deu a resposta

Jogadores têm sido claros: o formato live-service, quando mal planejado e forçado, não conquista ninguém. A maior parte do público já está fidelizada em títulos que funcionam (como Destiny 2, Fortnite, Warframe) e não existe apetite para mais clones sem identidade.

O que se vê da Sony é uma recorrência de erros estratégicos, como se a empresa estivesse mais preocupada em seguir tendências ultrapassadas do que ouvir sua base de fãs. A crítica da comunidade não é contra inovação, mas contra a insistência cega em modelos fracassados.

Hora de ouvir, não de repetir

O anúncio de mais um live-service — ainda sem título — em meio a essa maré de fracassos soa mais como teimosia corporativa do que estratégia de longo prazo. E isso levanta uma questão importante: quantos estúdios precisarão fechar e quantos jogos terão que falhar para a Sony aprender?

Enquanto a concorrência já começa a diversificar, a Sony parece andar em círculos, acreditando que “dessa vez vai”. Mas sem mudanças reais de abordagem, só há um destino possível: mais um título esquecido, mais um estúdio sacrificado e mais jogadores decepcionados.

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