Um novo remake de Resident Evil 1 pode parecer empolgante, mas será que ele realmente faz sentido? Entenda por que essa decisão preocupa fãs e a indústria

Outro Remake de Resident Evil 1: Homenagem ou Repetição Desnecessária?

Nos últimos anos, remakes viraram tendência na indústria dos games — e a Capcom se tornou uma das grandes protagonistas desse movimento com seus relançamentos da franquia Resident Evil. No entanto, rumores recentes indicam que um segundo remake de Resident Evil 1 está a caminho, e isso levanta uma pergunta inevitável: qual é o propósito de refazer um jogo que já teve um excelente remake em 2002?

Vamos discutir por que essa decisão pode ser prejudicial para os fãs, para a indústria como um todo e até mesmo para o legado do próprio jogo.


O Remake de 2002 Ainda Funciona Perfeitamente

Lançado originalmente para GameCube e depois remasterizado para consoles modernos, o remake de Resident Evil de 2002 continua sendo um marco do survival horror. Ele preserva o clima claustrofóbico da mansão Spencer com maestria, enquanto melhora gráficos, som e até oferece esquemas de controle alternativos, abandonando os famigerados controles em “tanque”, caso o jogador prefira.

Mesmo com câmeras fixas e ritmo mais lento, o jogo ainda é perfeitamente jogável — e é exatamente essa atmosfera “old school” que o torna único. Insistir em uma nova versão apenas para padronizá-lo ao estilo dos remakes de Resident Evil 2 e 3 pode, na verdade, diluir sua identidade.


Resident Evil 1 Precisa Mesmo de Outro Remake?
Resident Evil 1 Precisa Mesmo de Outro Remake?

Má Notícia Para os Fãs: Padronização e Desrespeito

Muitos fãs reclamam das câmeras estáticas e da jogabilidade datada, mas isso não significa que o jogo seja inacessível. Pelo contrário — ele está disponível em todas as plataformas atuais, pronto para ser jogado com um pouco de disposição.

Lançar um novo remake que adapte tudo ao padrão moderno desconsidera a inteligência e a capacidade de adaptação dos jogadores, além de sugerir que só o que é recente e familiar merece ser jogado. Isso empobrece o repertório do público e apaga as experiências únicas que fogem do molde atual.


Má Notícia Para a Indústria: O Círculo Vicioso dos Remakes

A Capcom sabe que remakes vendem. Mas se até jogos que já foram refeitos forem refeitos de novo, o mercado entra num ciclo vicioso onde o passado vira recurso reciclável infinito. A consequência? Menos espaço para ideias novas e mais pressão para que outros estúdios também revisitem jogos perfeitamente funcionais apenas por medo de arriscar.

Essa prática alimenta um pensamento perigoso: “se o combate ainda funciona, mas o jogo é velho, precisa de remake mesmo assim”. Mas será que precisamos mesmo de tudo formatado para parecer com Resident Evil 4 Remake?


Má Notícia Para o Próprio Jogo: A Perda da Identidade

Um novo remake corre o risco de se tornar a versão definitiva apenas por ser a mais recente, rebaixando o brilhante remake de 2002 a uma curiosidade de nicho. Pior: ao tornar Resident Evil 1 mais parecido com os outros jogos da série, elimina-se justamente aquilo que o tornava especial — a tensão provocada pela câmera parada, o silêncio incômodo, o ritmo que obriga o jogador a pensar duas vezes antes de agir.

Ao tentar “atualizar” demais, corremos o risco de apagar a alma do jogo original. E, no fim, teremos mais um título genérico em terceira pessoa, encaixotado entre tantos outros.


Vale Mesmo a Pena?

É claro que, se um novo remake for lançado, ele terá qualidade. A Capcom já provou que sabe trabalhar bem com nostalgia e modernidade. Mas isso basta? Talvez seja hora de focar em novos capítulos ou spin-offs em vez de tentar lapidar uma joia que já brilha intensamente há mais de 20 anos.

E você, acha que Resident Evil 1 merece mais um remake ou deveria ser preservado como está?

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