O gênero de tiro em terceira pessoa é conhecido por sua tradição: cobertura, câmera lenta, exploração e tiroteios táticos são elementos que se repetem há décadas. Por isso, é surpreendente quando um novo título surge com algo realmente inédito. Pragmata, da Capcom, conseguiu exatamente isso — e promete redefinir o gênero com uma mecânica de combate única e estratégica.
Hugh e Diana: dois personagens, uma jogabilidade integrada
Em Pragmata, o jogador controla simultaneamente dois personagens: Hugh, um astronauta preso em uma base lunar hostil, e Diana, uma androide com aparência infantil que se conecta diretamente ao traje de Hugh. Essa conexão vai além da narrativa: Diana permite que o jogador hackeie elementos do cenário e dos inimigos, enquanto Hugh cuida da parte ofensiva.
O resultado é uma dinâmica onde cada inimigo se transforma em um pequeno quebra-cabeça tático. Mesmo os adversários mais simples têm defesas robustas que precisam ser desmontadas por meio de hacks antes que possam ser derrotados eficientemente.
Combate com puzzles em tempo real
A grande inovação de Pragmata está no sistema de hacking integrado ao combate. Ao mirar em um inimigo, uma grade holográfica aparece — o jogador deve guiar um cursor por essa grade, usando os botões do controle para alcançar o alvo correto. Esse mini-game acontece em tempo real, ou seja, enquanto os inimigos continuam atacando.
A complexidade aumenta com obstáculos e “nós” especiais que ampliam o tempo de exposição dos pontos fracos. Ainda assim, os quebra-cabeças são rápidos e intuitivos, evitando frustração mesmo em meio à ação intensa.
Essa fusão entre ação e lógica é rara em jogos do gênero e transforma cada encontro em algo mais cerebral, sem sacrificar o ritmo acelerado do gameplay.
Estratégia e recursos limitados
Além do sistema de hack, Pragmata introduz itens que modificam a mecânica em tempo real. Um exemplo é o Decode, um consumível que adiciona um quadrado bônus à grade de hack, potencializando sua eficácia. No entanto, o recurso é limitado, exigindo decisões estratégicas: usá-lo agora para facilitar o combate, ou guardar para um inimigo mais difícil?
Esse tipo de escolha acrescenta profundidade ao jogo, tornando cada exploração de corredor ou arena mais tensa e recompensadora.
Armas, mobilidade e pensamento vertical
Embora o foco esteja na inovação do combate tático, Pragmata não descuida da ação. Hugh conta com um arsenal crescente, que inclui armas como pistola, espingarda e a criativa Stasis Net, que paralisa inimigos em área, facilitando os hacks.
O traje espacial de Hugh também surpreende em mobilidade. Com propulsores integrados, ele pode avançar rapidamente, saltar longas distâncias e pairar no ar. Certos inimigos atacam o chão para criar ondas de choque, forçando o jogador a pensar em termos verticais — algo mais comum em jogos de plataforma do que em shooters.
Uma dupla cativante no centro do caos
Além da jogabilidade inovadora, Pragmata aposta na relação entre Hugh e Diana como motor narrativo. A interação entre os dois tem leveza e humor, criando um contraste interessante com o ambiente clínico e industrial da base lunar.
Esse carisma ajuda a manter o interesse não só pelo combate, mas também pela história e pelo mistério que envolve os protagonistas.
Uma promessa sólida para o futuro
Anunciado originalmente em 2020, Pragmata passou anos como uma incógnita. Mas a demonstração jogável no Summer Game Fest 2025 transformou essa curiosidade em um dos lançamentos mais aguardados do ano seguinte.
Com lançamento previsto para 2026 no Xbox Series X|S, o jogo promete não apenas entregar uma nova experiência em tiro em terceira pessoa, mas também influenciar o futuro do gênero com sua abordagem ousada e criativa.