Oblivion Remastered: Quando a imperfeição é o que torna um jogo perfeito
Lançado originalmente em 2006, The Elder Scrolls IV: Oblivion foi um divisor de águas para os RPGs de mundo aberto. Agora, com o lançamento do remaster, uma pergunta paira no ar: é possível aprimorar um clássico sem apagar sua alma? A resposta, felizmente, é um sonoro sim.
A nostalgia que virou padrão
Para milhões de jogadores, Oblivion foi o primeiro contato com um mundo aberto verdadeiramente expansivo. Criar seu personagem, escapar dos esgotos imperiais ao lado de Uriel Septim e dar de cara com as colinas verdes e lagos cristalinos de Cyrodiil era algo quase mágico — uma liberdade rara, agora considerada comum, mas que na época era revolucionária.
Mesmo com controles rudimentares e visuais que hoje soam datados, o jogo entregava uma experiência tão imersiva que suas falhas técnicas se tornaram parte do charme. Era comum ver bugs, NPCs com falas sobrepostas ou sistemas quebráveis, e ainda assim… isso não importava. Porque Oblivion era vivo.

O remaster que não quis apagar o passado
A nova versão de Oblivion, desenvolvida com a Unreal Engine 5, trouxe gráficos atualizados e melhorias sutis de performance. Porém, o que realmente chamou a atenção dos fãs foi o que permaneceu: os bugs, os sistemas quebrados e o glorioso caos da física maluca.
Durante a campanha, ainda é possível presenciar situações surreais, como inimigos presos em mapas, diálogos simultâneos entre NPCs e combates que favorecem mais a criatividade do que a técnica. A Virtuos, responsável pela remasterização, parece ter entendido que consertar demais poderia ser o verdadeiro erro.
Um RPG moderno que se recusa a ser perfeito
Enquanto muitos remasters tentam “limpar” suas versões originais, Oblivion Remastered aposta no oposto. Ele não tenta competir com os open worlds modernos — ele se mantém como uma cápsula do tempo, onde a magia está justamente nas imperfeições.
Até o criador de personagens, conhecido por gerar aberrações faciais cômicas, continua intacto. E se os famosos glitches de duplicação ainda funcionarem, é sinal de que até a economia de Oblivion segue sendo um playground para quem quer quebrar o jogo.
Uma carta de amor aos tempos mais simples
Mais do que uma atualização gráfica, Oblivion Remastered é um tributo à era do Xbox 360 e aos jogadores que aprenderam a amar jogos mesmo (ou especialmente) quando eles estavam quebrados. Cada linha de código que permanece falha é um lembrete de que os videogames não precisam ser perfeitos para serem inesquecíveis.
E é por isso que, em 2025, Oblivion ainda consegue nos fazer sorrir — não por seus gráficos ou mecânicas revolucionárias, mas por nos lembrar de uma época onde explorar um mundo mágico era tudo que precisávamos.
E você, já voltou a Cyrodiil na versão remasterizada? Prefere os jogos mais polidos de hoje ou sente saudade da bagunça encantadora dos clássicos? Deixe sua opinião nos comentários!