O universo pintado de Clair Obscur: uma mitologia original e intensa
Clair Obscur: Expedition 33 apresenta uma das histórias mais complexas e criativas dos RPGs modernos. Em um mundo onde artistas têm o poder de pintar realidades, a narrativa mistura fantasia, drama familiar e questionamentos existenciais profundos. Neste artigo, vamos destrinchar a linha do tempo completa do jogo e explicar os principais eventos que moldam a jornada dos personagens.
Painters, Canvases e o poder do Chroma
Tudo começa com os Painters, indivíduos com habilidades mágicas capazes de criar mundos — chamados de canvases — através da arte. Ao projetar sua consciência nesses universos, eles interagem com criaturas vivas criadas a partir de suas próprias emoções e memórias. Porém, esse poder tem um custo: o uso prolongado da energia chamada Chroma desgasta a alma dos Painters.
Entre os mais poderosos estão Aline e Renoir, casal que dá origem à família De Sondra e seus três filhos: Claire, Verso e Elysia. Juntos, eles constroem mundos incríveis, sendo Verso o criador do canvas que se tornaria o palco principal do jogo.
O incêndio, a perda de Verso e a criação de Lumiere
No fatídico dia 33 de dezembro de 1905, um incêndio destrói a mansão De Sondra. Alicia, ferida e marcada física e emocionalmente, sobrevive graças ao sacrifício de Verso. Tomada pelo luto, Aline se isola e projeta sua consciência permanentemente no canvas criado por seu filho, reconstruindo uma versão de Paris chamada Lumiere, onde recria sua família — incluindo uma Alicia pintada com as mesmas cicatrizes.
Essa obsessão leva Aline à decadência física e mental. Renoir decide intervir, invadindo o canvas para tentar salvá-la. A tentativa resulta em uma batalha devastadora que divide Lumiere e aprisiona os dois: Aline se torna a Painteress no topo do Monolito, e Renoir o Curador, preso abaixo.
O surgimento da Gommage e a luta pela verdade
Com Aline enfraquecida, Renoir inicia um processo chamado Gommage, apagando criações com mais de 100 anos. Para avisar seus habitantes, Aline passa a pintar um número no Monolito a cada ano. Os humanos do canvas, sem conhecer a verdade, passam a ver a Painteress como inimiga.
Expedições são organizadas para explorar o continente do canvas e buscar respostas. A mais importante é a Expedição Zero, liderada pelas versões pintadas de Renoir e Verso. Porém, forças externas — como Clea, a filha real de Aline — manipulam os eventos, transformando Painted Clea numa criadora de monstros chamados Nevrons, usados para enfraquecer Aline.
Simon, o traidor que virou herói
Durante a Expedição Zero, Simon, parceiro de Painted Clea, encontra Clea verdadeira, que o engana se passando por sua amada. Após adquirir poder, ele rompe a barreira do Monolito, descobre a verdade com Aline e tenta derrotar Renoir. Fracassa, perdendo a sanidade e ficando preso no fundo do Monolito.
Fragmentação e sobrevivência
Ao retornarem a Lumiere, Painted Renoir e Painted Verso tentam explicar que Aline não é a vilã, mas são rejeitados. Após conflitos com antigos aliados, incluindo Julie (possível interesse amoroso de Painted Verso), eles fogem e passam a viver no continente. Renoir decide eliminar Expeditioners para devolver Chroma a Aline, enquanto Painted Verso se distancia da guerra, viajando com Esquie e Monoko.
O ciclo continua: novas expedições e o destino de Alicia
Com o tempo, novas expedições são formadas — como a trágica Expedição 84 e a cômica Expedição 60, onde guerreiros musculosos tentam atravessar o Monolito com força bruta. Em meio a isso, Clea tenta remover Aline do canvas, enviando Alicia — que acaba perdendo a memória e renascendo como Mael, uma nova identidade que Painted Verso passa a proteger.
um universo de arte, dor e transcendência
Clair Obscur: Expedition 33 vai além de um simples RPG com combates intensos. Ele propõe uma mitologia única, onde criação e destruição caminham lado a lado, e onde cada pincelada pode mudar o destino de um mundo inteiro.
A jornada de Aline, Renoir, Verso e Alicia é marcada por perdas profundas e decisões irreversíveis. O jogo convida os jogadores a refletirem sobre memória, legado e os limites da criação artística.
