Lies of P: Overture – Uma expansão que honra e eleva o original

Com Lies of P, a Neowiz já havia conquistado seu lugar entre os grandes nomes do gênero Soulslike. Agora, com a expansão Overture, o estúdio dá um passo firme na construção de uma identidade própria, oferecendo uma experiência intensa, visualmente impactante e recheada de novidades que ampliam o universo sombrio de Krat.

Um conto sombrio com personalidade própria

De cara, Overture nos transporta para cenários inéditos — uma paisagem invernal decadente, vilarejos hostis e um zoológico infestado por criaturas corrompidas. É um contraste poderoso com as ruas góticas do jogo base, e funciona muito bem. Aqui, o jogador assume uma missão mais íntima: seguir os passos da lendária Stalker em busca de seu assistente desaparecido, Romeo.

Apesar de alguns tropeços no texto — especialmente nas falas repetitivas de Gemini, que explicita mais do que o necessário —, a expansão entrega momentos narrativos marcantes, especialmente através do ambiente e das conexões com a linha do tempo principal. Pequenos detalhes, como uma pintura criada no passado que aparece no presente, reforçam a sensação de um mundo coeso e vivo.

Lies of P: Overture entrega ação intensa, cenários deslumbrantes e mais desafio em uma expansão digna dos grandes Soulslike.
Lies of P: Overture entrega ação intensa, cenários deslumbrantes e mais desafio em uma expansão digna dos grandes Soulslike.

Design de fases que impressiona e recompensa

Se há algo em que a Neowiz realmente brilha, é no design dos mapas. Cada região em Overture é cuidadosamente construída com atalhos inteligentes, recompensas bem escondidas e caminhos entrelaçados que fazem jus ao melhor do gênero. Mesmo sendo uma expansão mais linear, ela não perde em profundidade nem em curiosidade: há sempre algo novo a ser descoberto.

A ambientação, por sua vez, dá um show à parte. Desde vilas congeladas até minas e cavernas densas, tudo contribui para o clima opressor e misterioso. A substituição do visual inspirado em Bloodborne por cenários mais autorais é um avanço corajoso e acertado.

Combate brutal, novos brinquedos e chefes memoráveis

Para os fãs da adrenalina Soulslike, Overture não decepciona. A dificuldade foi elevada, e os inimigos são mais agressivos, com golpes letais que exigem reflexos e precisão. Algumas áreas iniciais, como as infestações de cães e babuínos, chegam a ser mais desafiadoras do que boa parte do jogo base.

Mas o desafio vem acompanhado de ótimas recompensas: novas armas, um arco para ataques à distância e dois novos Legion Arms que já entregam impacto desde o início — algo que faltava nas opções anteriores.

Os chefes também merecem destaque. De Markiona, que abre a história com força, até o Guardian of the Ruins e o estiloso confronto final, cada batalha é desenhada com personalidade, ritmo e, claro, muita dificuldade.

Dificuldade flexível sem perder a essência

Embora Overture pise fundo no desafio, a Neowiz acertadamente introduziu ajustes de dificuldade. Isso torna a expansão mais acessível, sem comprometer o espírito do jogo. Quem busca uma experiência hardcore vai encontrá-la, mas quem prefere uma jornada mais equilibrada também tem espaço.

Vale destacar que a produtora já prometeu atualizações focadas em balanceamento, especialmente para suavizar picos de dano de alguns inimigos — uma prova de que o estúdio está atento e comprometido com a experiência do jogador.

Overture é o tipo de DLC que sentimos falta hoje em dia

Sem depender de roadmaps infinitos ou microtransações, Lies of P: Overture resgata a boa e velha fórmula de uma expansão caprichada, com conteúdo sólido, novas áreas, narrativa complementar e desafios inéditos. Mesmo sem reinventar a roda, entrega exatamente o que os fãs esperavam — e com um toque de personalidade que fortalece a franquia.

Para quem se encantou com o mundo sombrio de Krat, Overture é mais do que uma continuação: é um presente. Um lembrete de que DLCs ainda podem ser feitos com carinho, desafio e conteúdo de verdade.

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