Clockwork Revolution pode parecer um clone de BioShock Infinite, mas seu foco em escolhas, RPG e humor britânico pode surpreender — para melhor.

Desde sua primeira aparição na Xbox Showcase em 2023, Clockwork Revolution foi imediatamente rotulado como o “próximo BioShock Infinite”. E não dá para culpar quem fez a comparação. A estética steampunk, os trilhos suspensos, as cidades grandiosas com zeppelins e estátuas monumentais — tudo parecia remeter diretamente à Columbia. Mas agora, com trailers mais recentes e novas informações, fica claro que estamos diante de algo bem diferente. Talvez até melhor.

Semelhanças visuais, alma distinta

Avalon, a cidade onde se passa Clockwork Revolution, de fato compartilha muito da aparência com o mundo flutuante de BioShock Infinite. É uma metrópole vitoriana com arquitetura elaborada, robôs andando pelas ruas e um ar de distopia elegante. Porém, o jogo da InXile vai além da aparência.

O cerne da experiência promete ser mais próximo de um RPG reativo e complexo, com criação de personagens, customização de classes e decisões que moldam o rumo da história. Ao contrário da linearidade presente em Infinite, Clockwork Revolution foca em escolhas significativas — aquelas que realmente mudam o mundo ao seu redor.

Um herdeiro de Arcanum e Vampire: Bloodlines?

O próprio diretor criativo, Chad Moore, comparou o game a um cruzamento entre Arcanum e Vampire: The Masquerade – Bloodlines, dois clássicos cult dos RPGs com foco em sistemas profundos e liberdade de abordagem. Isso já diz muito sobre o tipo de profundidade que Clockwork Revolution quer entregar — mesmo que ainda não esteja claro se o jogo se encaixa formalmente no gênero de “immersive sim”.

O que sabemos é que há um grande esforço para que cada escolha do jogador tenha peso, e que a construção de mundo será baseada em reatividade e não em trilhos fixos. E isso é, sem dúvida, um salto em relação ao legado de BioShock Infinite, que foi muito criticado justamente por vender a ilusão de escolha sem entregar impacto real.

Um tom mais leve e espirituoso

Outro diferencial importante está no tom. Enquanto Infinite era grandioso, mas pesado e muitas vezes sombrio, Clockwork Revolution parece abraçar o humor britânico ácido e até momentos de comédia física. Um dos personagens se chama “The Pissed-Off Doll” (sim, um boneco irritado), enquanto outro se chama “The Knob” — piadas que indicam um tom bem mais descontraído.

Esse humor, aliado ao carisma peculiar de seus personagens, pode colocar o jogo em uma posição única: um RPG steampunk com personalidade própria, sem precisar se apoiar em solenidade ou nostalgia para cativar.

Promessas ousadas… mas será que entrega?

É claro que toda essa empolgação vem acompanhada de um pé atrás. Já vimos jogos prometerem mundos dinâmicos, escolhas impactantes e reatividade extrema — e não entregarem. O próprio BioShock Infinite, com toda sua hype, acabou não correspondendo às expectativas de muitos fãs da franquia original.

O que Clockwork Revolution promete é ambicioso. E enquanto a estética ainda lembra Infinite, o conteúdo parece ir muito além. Se a InXile conseguir cumprir o que está prometendo, podemos estar diante de um dos jogos mais memoráveis da próxima geração.

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