or que você deve jogar Clair Obscur: Expedition 33
Se você acha que RPGs por turno estão ultrapassados, Clair Obscur: Expedition 33 veio para provar o contrário. Com uma narrativa poderosa e mecânicas modernas que desafiam as convenções, o jogo é uma das experiências mais marcantes do ano — e forte candidato a Jogo do Ano de 2025.
O peso da história: Gommage e o valor da vida
Logo de início, somos impactados pela cruel realidade do Gommage — um evento anual em que todas as pessoas com a idade marcada no Monólito da Artífice são apagadas da existência. A história começa quando a contagem atinge 33 anos, e toda uma geração está prestes a desaparecer.
Nesse contexto, acompanhamos a jornada de Gustave, um personagem que tenta encontrar significado e propósito mesmo diante do fim iminente. Ele vive com dignidade e otimismo, defendendo a ideia de que devemos “deixar passos para aqueles que virão”. A tragédia pessoal envolvendo sua amada Sophia, que recusou ter um filho para evitar que ele morresse ainda mais jovem, traz um dilema tocante e humano: é melhor proteger alguém da dor ou permitir que ele viva, mesmo com tempo limitado?
Essa construção emocional faz com que cada diálogo e decisão carregue um peso raro nos jogos atuais. Clair Obscur não tem medo de nos fazer pensar — e sentir.
RPG por turno está mais vivo do que nunca
Contrariando grandes estúdios como a Square Enix, que parecem ter desistido dos combates em turno, Clair Obscur entrega uma fórmula moderna e emocionante. As lutas são cheias de timing, com mecânicas de parry, esquiva e gestão inteligente de ações, tornando cada batalha intensa e estratégica.
Além disso, o sistema de pictos e passivas permite builds extremamente criativas. Durante minha jornada, minha personagem favorita, Lune, se revelou um verdadeiro monstro de dano — quase um presságio do apocalipse. Mesmo com poucas Ações por Turno (PA), ela varreu o boss final com facilidade. Sciel e o Monoco também se destacam, oferecendo variações interessantes na composição do time.
Uma jornada em atos — como uma ópera fúnebre
Dividido em atos que lembram uma grande ópera, Clair Obscur nos leva por momentos de descoberta, perda e redenção. Cada personagem cresce através da dor e das escolhas difíceis que precisam enfrentar. É impossível não se envolver emocionalmente com a narrativa, especialmente se você é fã de boas histórias.
Desafio de verdade (às vezes até demais)
Joguei no modo Veterano, o mais difícil, e posso afirmar: Clair Obscur vai testar seus limites. Alguns chefes exigem precisão extrema, com janelas mínimas para acertos de parry, além de ataques em área que afetam todos os membros da equipe. Em certos momentos, o jogo beira o desequilíbrio — o que pode afastar jogadores que preferem desafios mais justos.
No entanto, isso não tirou o brilho da experiência. A dificuldade punitiva pode ser vencida com estratégia e preparação. Para quem vai iniciar agora, deixo algumas dicas valiosas:
Dicas para quem vai jogar Clair Obscur
- Explore o mapa ao máximo desde o começo — há muitos segredos úteis.
- Fique forte cedo, evite avançar demais com builds fracas.
- Entenda o escalonamento de armas e otimize suas escolhas.
- Se uma habilidade sua bate 9.999 de dano antes do final do jogo, evite desperdiçar PAs com outras — respeite o limit breaker.
- Economize PA em combates decisivos.
- Preste atenção na história. Ela é densa, tocante e recompensadora.
Considerações finais: emoção, estratégia e arte
Clair Obscur: Expedition 33 é um RPG que te marca. Seja pelas mecânicas inteligentes, pela direção artística impecável ou pela história comovente que questiona o sentido da vida e da morte, este é um título que merece ser jogado, discutido e lembrado.
