clair obscur expedition 33

O que define um RPG memorável? Para alguns, é o combate. Para outros, são os personagens ou o mundo. Em Clair Obscur: Expedition 33, todos esses elementos se unem em uma experiência coesa, poética e brutalmente emocional — um jogo que beira o sublime mesmo quando comete pequenos tropeços.

Desenvolvido pela Sandfall Interactive, o título mistura fantasia e ficção científica numa estética que remete à Belle Époque francesa, entregando um dos mundos mais criativos e visualmente impactantes dos últimos anos. Mas o que realmente eleva o jogo é sua trilha sonora comovente, sua história carregada de simbolismo e morte — e um elenco de personagens que vivem e respiram diante de nossos olhos.


Uma narrativa de beleza e tragédia

A premissa de Clair Obscur é tão singular quanto perturbadora: a cada ano, todos os seres humanos com uma determinada idade são reduzidos a pó pela Paintress, uma entidade que dita a contagem regressiva da humanidade. O número no monólito central muda de “34” para “33” no início do jogo, marcando a última chance de vida para Gustave, nosso protagonista.

Gustave lidera a Expedition 33, um grupo de indivíduos destinados a desafiar a Paintress antes que sejam exterminados. O peso da missão é palpável. Não há ilusões de vitória. O jogo abraça a melancolia de um destino inevitável, e é justamente nesse confronto entre esperança e aceitação que reside sua força emocional.

A construção de mundo é impecável — um continente redesenhado por eventos inexplicáveis, pessoas com poderes incomuns, e uma atmosfera que alterna entre o sombrio e o lírico.


Personagens vivos e relacionamentos reais

Gustave não é apenas um protagonista carismático. Ele é um homem carregado de dúvidas, convicções e empatia. Seus diálogos com Lune, sua rival filosófica e acadêmica, ou com Maelle, a jovem inocente do grupo, revelam camadas emocionais raramente vistas em RPGs modernos. As interações no acampamento — seu hub entre as missões — não são apenas bônus narrativos: elas ampliam a profundidade de cada personagem e tornam os laços mais significativos conforme o perigo se aproxima.

É impossível não se apegar a esse grupo de condenados. As conversas são densas, humanas, e os momentos de esperança em meio ao desespero são o que mais tocam o coração do jogador.


A trilha sonora é um espetáculo à parte

Se existe um elemento que transforma Clair Obscur em arte, é sua trilha sonora. As composições são poderosas, delicadas e incrivelmente bem integradas à narrativa. Cada momento dramático, cada cena de despedida ou combate contra chefes ganha um peso adicional graças à música. É raro ver um jogo onde o áudio se alinha tão perfeitamente à experiência emocional. Prepare-se para se arrepiar, chorar e lembrar de certas faixas mesmo dias após fechar o jogo.


Jogabilidade: clássica, mas bem-executada

O combate é por turnos, inspirado nos grandes JRPGs do passado — especialmente Final Fantasy X. Cada área explora mapas semi-lineares repletos de encontros, baús e desafios, com chefes bem desenhados e mecânicas únicas. Não há grandes inovações no sistema, mas sua solidez e o ritmo equilibrado garantem uma experiência fluida e gratificante.


Pequenos defeitos não ofuscam o brilho

Claro, nem tudo é perfeito. Durante nossa jogatina, encontramos alguns bugs pontuais, como animações que travam, textos que desaparecem e pequenos problemas de colisão. Nada disso compromete a imersão ou o progresso, mas são detalhes que merecem correção em updates futuros.

Também sentimos que certas áreas poderiam ser mais abertas à exploração, e que alguns pontos da história mereciam mais tempo de tela — mas isso é mais uma prova de que o universo construído é tão bom que queremos ver mais.


Veredito: Uma pérola moderna com alma clássica

Clair Obscur: Expedition 33 é o tipo de jogo que marca o jogador para além da jogatina. Com sua direção de arte deslumbrante, trilha sonora inesquecível e narrativa corajosa, ele se posiciona como um dos jogos mais impactantes do ano — e um fortíssimo candidato ao prêmio de Jogo do Ano.

Mesmo com seus deslizes técnicos, o coração da obra pulsa forte. E, assim como os personagens que lutam por um amanhã impossível, esse jogo prova que a beleza pode florescer mesmo em meio à morte.


Nota Final: ★★★★☆ 9.5/10

🎮 Clair Obscur: Expedition 33 já está disponível para PC e consoles.
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