Switch 2 traz compatibilidade com jogos antigos e novo padrão de cartão Micro SD. Entenda os limites e possibilidades do armazenamento no console.

A Era das Apresentações Repetidas

Nos últimos anos, fãs de trailers de jogos e eventos de apresentação estão sendo bem alimentados. A cada mês, surgem novas vitrines digitais — sejam da Nintendo, PlayStation, Xbox ou Geoff Keighley — revelando o que a indústria tem preparado. É fácil se empolgar com tantas novidades. Mas sejamos sinceros: está ficando cansativo ver os mesmos jogos reciclados como se fossem lançamentos de última hora.

O problema está em uma tendência que parece se repetir ad infinitum: mostrar jogos antigos como se fossem novos, apenas para demonstrar o poder dos consoles da nova geração.

Nintendo, PlayStation e Xbox: Uma Repetição Disfarçada de Novidade

O caso mais recente foi o Nintendo Direct focado no Switch 2, uma apresentação que deveria destacar o poder do novo console e os futuros lançamentos. Dos 34 títulos mostrados, apenas 13 eram inéditos. O restante? Reedições, ports e trailers de jogos que a maioria dos jogadores já experimentou — alguns, desde 2017.

Claro, é ótimo rever jogos como The Legend of Zelda: Breath of the Wild agora rodando a 60 FPS. Mas já vimos esse título em tantas gerações que a empolgação perde força. E, convenhamos, transformar um tour digital do console em “jogo” é forçar a barra.

Consoles Poderosos, Mas Presos ao Passado

Não é só a Nintendo que segue esse caminho. A Sony recentemente mostrou o PS5 Pro com uma seleção visual impressionante… de jogos antigos. The Last of Us Part II, Ghost of Tsushima, Death Stranding, God of War: Ragnarok, Spider-Man 2 — todos excelentes títulos, mas já amplamente jogados. Mostrar um upgrade gráfico leve como principal trunfo não inspira entusiasmo.

A Microsoft também tem seu histórico, especialmente quando usou sizzle reels com títulos de catálogo durante o lançamento do Xbox Series X/S — algo que provavelmente se repetirá quando o suposto Xbox portátil for revelado.

Cadê a Inovação?

Mostrar jogos antigos nos novos consoles até faz sentido técnico — é uma forma de provar estabilidade, retrocompatibilidade e melhorias de desempenho. Mas quando isso se torna a espinha dorsal das apresentações, a sensação é de estagnação criativa.

Se o objetivo é mostrar poder, por que não trazer novas IPs ou sequências realmente inovadoras? Por que não arriscar mais, ao invés de confiar apenas no brilho do que já foi sucesso?

A Realidade do Jogador Veterano

Para quem já dedicou centenas de horas em Breath of the Wild ou Tears of the Kingdom, revisitar esses mundos no Switch 2 não é exatamente um argumento de venda. A nostalgia tem seu valor, mas precisa vir acompanhada de conteúdo novo e experiências inéditas.

Se a única proposta é rodar os mesmos jogos com melhor resolução e taxas de quadros, muitos jogadores vão ligar, testar, admirar o reflexo da água por 10 minutos e fechar o jogo.

Precisamos de Trailers de Verdade

Apresentações de consoles e eventos digitais são oportunidades valiosas de mostrar o que vem por aí. Mas se continuarmos presos ao looping de jogos antigos com cara nova, perdemos o impacto que essas vitrines deveriam ter.

Queremos jogos novos, ideias frescas e surpresas que nos façam contar os dias até o lançamento — não apenas versões remasterizadas que já jogamos até a exaustão.

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