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Quando “Whee” e “Whoo” viram roteiro: a madrugada mais estranha de Clair Obscur

Quem jogou Clair Obscur: Expedition 33 sabe que, em meio à sua narrativa emocionalmente densa e visualmente poética, há momentos que surpreendem pela leveza — e até pela bizarrice. Um desses momentos é o agora famoso diálogo entre Esquie e Verso sobre François, recheado de “Whee” e “Whoo”. A cena se destacou justamente por sua estranheza cômica em contraste com o peso emocional do jogo. Mas o que poucos sabem é que ela nasceu da exaustão total da roteirista.

Em entrevista recente, Jennifer Svedberg-Yen, responsável por boa parte do roteiro de Expedition 33, revelou que essa conversa nonsense foi escrita às três da manhã, durante um dos muitos turnos de escrita extenuantes. Com cerca de 800 páginas de roteiro principal — sem contar os diálogos de NPCs ou os textos de lore —, o desenvolvimento narrativo do jogo exigiu muito de sua equipe.

“Eu precisava escrever sete diálogos de relacionamento para a Esquie”, contou Svedberg-Yen. “E eu estava tão cansada, sem nenhuma palavra. Então escrevi: ‘Wheeeeee!'”

Ela sabia o que queria transmitir na cena: aquele sentimento agridoce de rir e chorar ao mesmo tempo. Mas quando a mente travou, a emoção falou mais alto que a lógica. E, curiosamente, isso funcionou.

Humor em meio ao luto: por que essa cena funciona

Mesmo que tenha nascido de forma espontânea (e sonolenta), o diálogo acabou expressando algo real e poderoso: a maneira como, mesmo em meio à dor, a leveza e o riso ainda encontram espaço. A cena virou uma das mais comentadas entre os jogadores justamente por sua autenticidade, algo difícil de capturar propositalmente.

Não é incomum em projetos criativos que momentos de cansaço extremo revelem ideias inesperadas. No caso de Clair Obscur: Expedition 33, essa honestidade emocional contribuiu para criar um jogo que equilibra temas profundos com a humanidade de seus personagens — até nos momentos mais bobos.

Roteiro monumental e criatividade sem filtro

Além de mostrar o impacto da exaustão criativa, essa história revela o quão ambicioso foi o trabalho narrativo de Expedition 33. O jogo não se apoia apenas em gráficos bonitos ou em sistemas de combate refinados: ele aposta alto na construção de personagens e no peso emocional de cada interação. E isso exige uma carga criativa intensa — do tipo que, às vezes, só pode ser aliviada com um bom e sonoro “Wheee”.

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