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Assassin’s Creed Shadows: Um Desastre Anunciado?


Estou correndo pelo mapa, escaneando pontos brilhantes para terminar os objetivos o mais rápido possível. A primeira infiltração no castelo foi emocionante: eliminar um samurai de elite, roubar uma chave e desbloquear uma grande recompensa. Mas, na terceira vez, eu não estava mais jogando o jogo, e sim jogando contra o sistema.



Corri sem cautela, marcando inimigos enquanto fugia, saltando entre arbustos, esperando até encontrar o samurai certo. Quando localizei meu alvo, o isolei e o eliminei um a um antes de coletar minha recompensa. O que deveria ser uma missão intensa de assassinato tornou-se apenas mais uma atividade padronizada da Ubisoft.



Combate Frágil e Repetitivo


A situação piora com o combate. Simples, repetitivo e sem profundidade. Não há combos reais ou variedade significativa de inimigos. Para desbloquear uma nova habilidade, são necessárias dezenas de horas de grinding. A jogabilidade se resume a pressionar ataques leves e pesados por horas.



Problemas na História e nos Personagens


A narrativa também decepciona. Yasuke e Naoe, os protagonistas, parecem inautêuticos. Naoe, uma assassina do clã Iga no século XVI, contradiz seu pai como se fosse uma adolescente rebelde de uma série juvenil. Em um momento, é bondosa e alegre; no outro, mata sem hesitação. Suas atitudes mudam abruptamente, como se diferentes versões do roteiro tivessem sido costuradas sem revisão.



O relacionamento dela com Yasuke também é mal explorado. Ele ajudou Nobunaga a massacrar o clã dela, mas a narrativa resume essa tensão a uma conversa superficial.



  • “Você matou meu povo.”
  • “Sim, foi mal.”
  • “Ok, sejamos amigos.”


Yasuke, por sua vez, não se encaixa na identidade da franquia. Ele não combina com o mundo do jogo e não pode nem mesmo completar grande parte do conteúdo disponível. Sua introdução é forçada, e suas motivações são inconsistentes.



Monetização Agressiva e um Jogo Projetado para Vender


Mais uma vez, a Ubisoft transforma Assassin’s Creed em um mercado disfarçado de jogo. A “Animus Launcher” funciona como um funil para microtransações, permitindo a compra de armas e armaduras com status exclusivos.



O sistema de economia do jogo é propositalmente lento para incentivar gastos. Para melhorar sua base, é necessário coletar recursos escassos ou pagar por pacotes na loja. Atividades que poderiam enriquecer a jogabilidade são projetadas para serem frustrantes, empurrando os jogadores para soluções pagas.



Polêmicas e Reação do Público


Desde 2024, Assassin’s Creed Shadows tem sido alvo de críticas sobre precisão histórica e respeito cultural. Mas, em vez de enfrentar essas questões, a Ubisoft e parte da mídia simplesmente descartam as críticas como “polêmica fabricada”.



Jornalistas enfatizam a “autenticidade” do jogo enquanto manchetes de desculpas da Ubisoft são publicadas:



  • “Ubisoft pede desculpas por uso indevido de bandeira histórica japonesa.”
  • “Assassin’s Creed Shadows: Figura de ação removida por design insensível.”
  • “Primeiro-ministro do Japão alerta que jogo pode incentivar vandalismo em templos.”


Além disso, grupos históricos japoneses criticaram a Ubisoft pelo uso de locais reais e tumbas sagradas como meros pontos de saque no jogo. O tratamento superficial da cultura japonesa tem sido alvo de forte escrutínio.



Assassin's Creed Shadows polêmicas

A Indústria Contra a Crítica


Para lidar com as críticas, a Ubisoft criou um “time de proteção aos desenvolvedores”. Redes sociais estão sendo monitoradas para detectar ataques. Advogados estão prontos para processar casos de assédio. No entanto, a falta de transparência sobre o que constitui um “ataque” gera um efeito negativo, onde qualquer crítica pode ser vista como um alvo.



Os jogadores não se sentem confortáveis para expressar opiniões legítimas sem receio de represálias. Esse tipo de abordagem apenas reforça a ideia de que a Ubisoft prefere silenciar dissidência em vez de melhorar seus jogos.



Assassin’s Creed Shadows representa o distanciamento da Ubisoft dos valores que fizeram da franquia um sucesso. O jogo tem gráficos impressionantes, mas jogabilidade repetitiva, história fraca e um modelo de monetização predatório.



Os jogadores esperavam um retorno triunfal, mas receberam mais do mesmo: um jogo desenhado para vender soluções pagas para problemas artificiais. O futuro da franquia depende de escutar seus fãs, mas até agora, parece que a Ubisoft se recusa a fazer isso.



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