A Ubisoft conseguiu o impensável: lançar um novo título da franquia Assassin’s Creed e ser humilhada por um jogo de sete anos atrás. Assassin’s Creed Shadows teve um lançamento tão morno que foi superado em jogadores simultâneos no Steam por Odyssey, lançado em 2018. É isso mesmo: um jogo que já deveria estar “aposentado” ainda é mais popular do que a “grande aposta” atual da empresa.
Segundo dados do SteamDB, Odyssey chegou a 7.879 jogadores simultâneos no fim de semana do dia 10 de maio de 2025, enquanto Shadows mal bateu 7.673. Para um jogo com orçamento de centenas de milhões e marketing pesado, isso é simplesmente patético.
A Ubisoft avisou… e mesmo assim errou
Mark-Alexis Côté, produtor da série, já havia alertado que o novo título precisaria superar os anteriores — caso contrário, os jogadores optariam por voltar aos antigos. E foi exatamente isso que aconteceu. Hoje, Odyssey, Black Flag e até Origins voltaram aos holofotes, enquanto Shadows amarga o esquecimento precoce.

O problema: foco em imagem, não em jogo
Assassin’s Creed Shadows teve todas as chances de dar certo: ambientação no Japão feudal, potencial para uma abordagem ninja ou samurai, e uma base de fãs implorando por esse cenário há anos. E o que a Ubisoft entregou? Um jogo genérico, com narrativa frouxa, mecânicas mal amarradas e um sistema de troca de personagens que só serve para confundir.
Ao invés de explorar a riqueza cultural japonesa, a Ubisoft optou por uma abordagem que parece mais preocupada em agradar comitês de diversidade do que jogadores. Colocar Yasuke, um personagem real mas historicamente controverso no contexto do Japão feudal, como protagonista, foi uma escolha no mínimo estranha — e que dividiu profundamente o público.
Jogabilidade repetitiva, história sem alma
Após oito horas de jogo, a sensação é clara: você joga tentando gostar, mas não gosta. A história é arrastada, as atuações de voz são sofríveis e as cutscenes parecem coladas à força. O que deveria ser uma experiência épica se torna um exercício de paciência. E quando jogos como Ghost of Tsushima — lançado em 2020 — ainda são referência absoluta no mesmo tema, fica difícil defender Shadows.
Números maquiados, comunidade revoltada
Para disfarçar o fracasso, a Ubisoft adotou a tática do “engajamento”: três milhões de “jogadores engajados” — mas sem falar em vendas reais. Enquanto isso, a internet caiu em cima: fóruns, Reddit e comunidades oficiais estão cheios de críticas, memes e comparações que só reforçam o quanto Shadows falhou.
Jogadores estão desinstalando o título novo para reinstalar os antigos — e com razão. Assassin’s Creed Shadows não só decepcionou, como irritou. E diferente do que a Ubisoft parece acreditar, os gamers de hoje não aceitam mais qualquer coisa empacotada com marketing exagerado.
Um marco na decadência da franquia
O lançamento de Shadows é mais do que um tropeço: é um símbolo da decadência da Ubisoft. A empresa insiste em fórmulas que já não funcionam, ignora os alertas da própria base de fãs e parece desconectada do que realmente faz um jogo ser bom. O resultado está aí: um dos maiores fiascos da história recente da franquia.
Se há uma lição nisso tudo, é que a arrogância tem preço. E no caso de Assassin’s Creed Shadows, o preço foi a credibilidade — e o interesse dos jogadores.